Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), representados pelo Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo (SINSSP), iniciaram uma greve nacional devido à falta de acordo com o governo federal sobre reajuste salarial. A paralisação abrange tanto os funcionários que trabalham presencialmente nas agências quanto aqueles em home office.
Apesar de várias rodadas de negociação com o governo, não houve consenso quanto ao reajuste salarial da categoria.
A greve pode afetar a análise e concessão de benefícios como aposentadoria, pensões e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), além do atendimento presencial, exceto perícia médica e análise de recursos e revisões de pensões e aposentadorias.
O SINSSP anunciou a instalação de um comando de greve, com a primeira reunião marcada para o dia 12 de julho, para discutir os rumos do movimento.
Atualmente, o INSS conta com 19 mil servidores ativos, dos quais 15 mil são técnicos responsáveis pela maioria dos serviços da instituição, e 4 mil analistas. Cerca de 50% dos servidores ainda estão trabalhando remotamente, em home office.
Em nota, o INSS informou que estudará medidas de contingenciamento para minimizar os impactos da greve na população. Segundo o instituto, o balanço inicial da paralisação não mostrou impacto significativo no sistema e no atendimento.
O INSS destacou que mais de 100 serviços podem ser realizados pela plataforma Meu INSS, disponível tanto para celular quanto para desktop, e pela Central de Atendimento 135, que funciona de segunda a sábado, das 7h às 22h. Cidadãos que necessitarem de serviços como requerimentos, cumprimento de exigências ou solicitação de auxílio-doença podem utilizar esses meios.
O instituto afirmou que não há como relacionar a greve iniciada nesta quarta-feira com os efeitos da checagem de benefícios, que começará apenas em agosto.
Os servidores do INSS também marcaram uma greve por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira (16). Este movimento foi convocado pela Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), que comunicou a ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck, e ao presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, sobre a paralisação.
Em um ofício, a Fenasps informou que, após análise das propostas apresentadas pelo governo, a negociação teve poucos avanços. O documento critica o governo por não fortalecer a carreira do Seguro Social e por propostas como o alongamento da carreira de 17 para 20 níveis e a criação de uma gratificação de atividade, consideradas insuficientes diante das perdas salariais da categoria, que superam 53% no último período. A entidade também destacou que o acordo da greve de 2022 ainda não foi cumprido pelo governo.
A Fenasps alertou que, no dia 31 deste mês, encerra o prazo para o INSS se adequar à Instrução Normativa 24 (IN24), que transforma os atuais programas de Gestão em Programas de Gestão e Desempenho. Isso poderá aumentar a pressão para cumprimento de metas, com possibilidade de desconto salarial caso as metas não sejam atingidas, além da abertura de Processos Administrativos Disciplinares (PAD) contra os servidores.
A entidade convocou a categoria a participar das assembleias estaduais para definir os rumos do movimento.
Fonte: Agência Brasil