Professores da rede estadual de ensino decidiram pelo fim da greve em assembleia na manhã desta segunda-feira (21), no auditório da Central de Artesanato Mestre Dezinho. A categoria aceitou a proposta de dividir o reajuste de 11,36% em duas parcelas, uma de 4% de janeiro a junho e outra de 7,36% a partir de julho. O acordo, entre o sindicato dos professores do estado do Piauí e o governo, foi intermediado pelo Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI), na última sexta-feira (18).
"A assembleia foi bastante representativa com professores vindo de todo o interior. Consideramos essa proposta uma vitória, pois iniciamos a greve o Governo dizendo que não pagaria o piso porque já estávamos ganhando acima da média nacional. O Governo vinha querendo parcelar esse reajuste em cinco vezes, depois passou para três e conseguimos que isso fosse feito em duas vezes, o que é uma vitória para a categoria", disse a presidente do Sinte-PI, Odeni da Silva.
Ontem, a greve dos professores completou 36 dias.O fim do movimento será comunicado aos diretores das escolas estaduais e o retorno às salas de aula variam de acordo com cada unidade escolar. "Caberá à direção de cada escola orientar se os professores retornam hoje ou só depois da Semana Santa", reitera Odeni da Silva.
A representante da categoria espera que o acordo seja cumprido pelo Governo. Caso contrário, os professores ameaçam reiniciar o movimento grevista no mês de agosto.
Além do reajuste dos professores, também foi acordado melhoriais salariais para funcionários administrativos da Educação. Para os técnicos de nível Médio e Superior – será pago 2/6 referente a diferença entre o vencimento da tabela contida na lei 6.560/2014 e o vencimento pago atualmente, sendo retroativo a janeiro, que será pago em folha suplementar. Os 4/6 restantes serão pagos em janeiro de 2017.Já para operacionais de serviços, o governo enviará para a Assembleia Legislativa projeto de lei com a tabela de reajuste, já apresentada pelo sindicato, sendo retroativa a janeiro e será pago em folha suplementar após aprovação da lei. O pagamento será reajustado no valor do salário, em torno de 9%, retroativo a janeiro.
O acordo foi fechado mediante compromisso do governo em desbloquear as contas do Sinte-PI e não efetuar os descontos dos dias parados nos contracheques dos trabalhadores grevistas.
Reposição das aulas
O superintendente de ensino da Seduc, Carlos Alberto, informou que a providência da Secretaria será orientar as escolas a cumprirem o ano letivo.
"Vamos divulgar nota instrutiva dizendo a cada gerente de Gerente Regional de Educação e a cada um dos diretores, refazendo o calendário escolar. Vamos dizer como as escolas vão se comportar pra preencher os 36 dias de ausências de proferssores e vamos discutir com cada escola para concluir o ano letivo ainda em 2016. Haverá reposição de aulas em julho e em dezembro. Vamos repassar apenas a nota técnica. A carga horária e os 200 dias serão respeitados.
Ele destacou que cada escola adotará um procedimento específico, a depender do nível de adesão à greve em cada unidade.
"A reposição vai depender da escola. Há lugares onde metade dos professores continuaram dando aula. Então apenas alguns professores precisarão repor. Em caso de ausência total, vamos entrar nos sábados e pegar alguns dias de julho e dezembro para repor", declarou.
Fonte: Cidade Verde